As cobras já haviam chegado à cama. Rastejavam pelo lençol, rasgando e molhando-o ainda mais, seguindo em direção do garoto. Uma das cobras já subia por sua perna. Outra lambia sua orelha, rastejava em volta de seu pescoço. Mais duas cobras estavam dentro de sua camisa, eram pequenas, frias e ásperas. Ele, imóvel, implorando que elas fossem embora. Podia sentir a umidade e a viscosidade das serpentes. Fechava seus olhos, que deixavam escapar lagrimas de terror, medo, confusão e desespero. Mas a imagem da serpente continuava em sua mente, atormentando-o, fazendo seu corpo tremer e suar.
A cobra em sua perna parou sua escalada. Ela afastou sua cabeça da perna do garoto. Por um momento ficou quieta. Apenas lambia o corpo dele com sua língua bifurcada. As outras três víboras fizeram o mesmo que a primeira, uma de cada vez, até as quatro ficarem na mesma posição. O menino olhou para a cobra em seu pescoço, sem saber o que ela iria fazer. As serpentes não recuaram, abriram suas bocas, mostrando suas enormes presas, e em um só instante atacaram a perna, o tórax e a nuca do garoto, mordendo-o com força. O garoto acordou aos gritos, completamente confuso, mas, de uma certa forma, feliz de tudo ser apenas um sonho ruim.
Conto bobinho! Usa o velho ultraclichê do sonho que se revela no fim.
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